terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

NOSSO BLOCO VAI PRA RUA

O relatório de Vereadora Nilce Segalla expos, antes de tudo, sua notória cultura universal: citou clássicos da literatura mundial; obras de juristas que contribuíram para a construção do direito pátrio e estrangeiro; fez menção, logo na primeira linha, ao Manifesto do Partido Comunista; pautou-se pelos ensinamentos bíblicos e, de quebra, comparou seu próprio voto aos desígnios divinos para salvar a Comissão Processante do relatório profano, de minha autoria, insinuando que meu voto seria a voz peçonhenta que envenenou Eva. (cf página 08 do relatório, fls 1162 do processo.).
Confesso que fiquei surpreso com tamanha envergadura cultural, cheguei a duvidar, e só por um instante, que não teria sido a Vereadora Nilce a autora de seu relatório. Cheguei a afirmar que sequer teria lido o processo, mas ficou comprovado que a vereadora se debruçou sobre as sete mil páginas dos autos por uma hora. Portanto, foi um ledo engano, minha convivência com a vereadora suplanta qualquer dúvida. Sei que seu voto é sua própria obra e devo parabenizá-la pelo deleite que nos proporcionou.
Contudo, vamos ao que interessa em seu relatório: o fundamento jurídico que se restringe ao fato de o prefeito afastado, lá denunciado, não sofre investigação criminal pela Procuradoria Geral do Estado e, portanto, não ter sido apontado um fato sequer contra o prefeito que possa responsabilizá-lo politicamente perante a Comissão.
Mas a ironia do destino lhe pregou uma peça. Desde sábado, dia 18, o prefeito passou a ser investigado criminalmente pela competente Procuradoria Geral do Estado, justamente pelos fatos que prenderam seus familiares temporariamente, em novembro de 2011.
Seu voto caiu por terra e não faz mais sentido algum (o que desde antes só fazia sentido por um forçado esforço incompreensível). Temos, portanto, uma nova chance para que os vereadores Almir Pedro e Antônio Braz, Piuí, repensem os votos proferidos que acompanharam a Vereadora Nilce, reflitam sobre a possibilidade de lançar novo olhar sobre o voto que apresentei perante a Comissão e tomem uma decisão livre, consciente e autônoma, fundada em elementos concretos e não fantasiosos.
Diante dos indicativos de que o colapso gerado em nossa cidade tenha provocado a reflexão de alguns vereadores e de algumas comunidades locais, farei minha última empreitada antes da votação final: abordarei todos os vereadores para considerem os elementos de meu relatório diante dos fatos novos que afetam a decisão da Comissão Processante que aprovou o pedido de absolvição e arquivamento da denúncia.
Cumprirei meu papel com o amparo de milhares de pessoas e inúmeras entidades. Espero e desejo que a sabedoria triunfe e restabeleça os vínculos entre o Poder Público e a vida privada de nossos cidadãos, politizando, com “P” maiúsculo, o bem, o interesse comum e o nosso Edifício Prada.
Por nossa cidade e na defesa de nossa dignidade, nosso bloco vai pra rua. Nos vemos lá!
Ronei Martins
Vereador PT-Limeira

Um comentário:

Hosana disse...

Estamos com você ! Há braços !